Melilotus é
um género botânico pertencente à família Fabaceae ( leguminosa). O melilotus ou
trevo amarelo, chamada também de "flor do mel" tem origem em países
de clima temperado , como Portugal. Argentina, espanha e Itália, por exemplo,
têm grandes produções Com um aroma bem característico a planta Melilotus
officinalis, ou simplesmente meliloto, é eficaz no tratamento de problemas
circulatórios. A erva também conhecida como trevo-cheiroso nasce às margens de
trilhas de forma natural, dando preferência a solos argilosos e salinos. A partir do meliloto ensilado e apodrecido forma-se o dicumarol. O seu uso na alimentação do gado ocasiona uma
doença caracterizada por um sindroma
hemorrágico que pode ser mortal, mas que se cura pela mudança de um
alimento por um outro, rico
de vitamina k, como a luzerna.
Verificou-se que as hemorragias aconteciam
depois do gado pastar em zonas onde abundavam as espécies de Melilotus albus
(meliloto-branco) e Melilotus officinalis (meliloto, meliloto-amarelo ou
trevo-de-cheiro). Para além disto, também se verificou uma maior incidência de
hemorragias internas quando o clima estava mais húmido. Posteriormente,
descobriu-se que um clima húmido era propício ao desenvolvimento de certos
fungos como Penicillium nigricans e Penicillium jensi e que estes pareciam ser
parte integrante da doença. Este fenómeno ficou conhecido como doença do trevo
doce (‘sweet clover disease’) e começava a manifestar-se 15 dias após a
ingestão de trevo doce infetado, caracterizada por uma diminuição progressiva
da capacidade de coagulação, ocorrendo hemorragia interna, que geralmente era
fatal, passados 30 a 50 dias. Entretanto
dois médicos veterinários, Schofield e Roderick, descobriram que a doença do
trevo doce era reversível se o trevo doce infetado fosse retirado da dieta dos
animais ou se os animais doentes fossem transfundidos com sangue fresco. Posteriormente, Roderick demonstrou que o
distúrbio na coagulação se devia a uma redução da atividade da protrombina. O dicumarol actua como antivitamina k pois
evita a formação de protrombase no sangue, perdendo este a propriedade de coagular A partir dessa
atividade do dicumarol foi desenvolvido a Varfarina (medicamento
sintético). Por isso pacientes que utilizam varfarina e acenocumarol
não podem fazer o uso exagerado de plantas que
contém cumarinas, pois ocorre potencialização do efeito podendo levar a
hemorragias graves. O
aproveitamento das características medicinais da planta está absolutamente
desaconselhado a indivíduos que estejam a tomar medicação anti coagulante, a
crianças, lactantes e grávidas.
A Medicago sativa
L., conhecida pelos nomes comuns de luzerna e alfafa, é também uma
leguminosa perene, pertencente à família Fabaceae e subfamília Faboideae,
amplamente utilizada como alimento para ruminantes em regiões de clima
temperado e seco. Parente próxima da geneticamente modificada alfafa (M.
sativa), a luzerna-preta é a sua melhor alternativa, tanto para
alimentação do gado como para consumo humano. Originária da Ásia e do norte de
África, a Luzerna, também conhecida por Alfafa, é amplamente utilizada
na Europa Central. Os árabes
apelidavam-na de "al-fac-facah", o que signifca "pai de
todos os alimentos" ou “ o melhor alimento” e era dada aos cavalos, de
forma a torná-los mais fortes. As suas raízes, capazes de absorver nutrientes pouco acessíveis à
maioria das plantas, tornam a Luzerna uma das principais forrageiras
para produção de feno que se conhece, sendo amplamente cultivada em todo o
mundo para este fim. É também empregada na alimentação humana em muitos países
e suas flores são muito melíferas. É
rica em nutrientes, incluindo proteínas,
minerais(ferro, cálcio cobre, fósforo, manganês, ferro, zinco, flúor,),
pró-vitamina A , ácido fólico e rica em vitamina k
e vitaminas do complexo
B,C,D sendo indicada contra o escorbuto
e o raquitismo, e isoflavonas (especialmente
nas sementes). Entre nós, o seu consumo é restrito às dietas vegetarianas e ao
consumo dos brotos de sementes germinadas. A literatura etnofarmacológica
recomenda que as preparações desta planta não devem ser administradas para
pacientes com doenças autoimune, como a artrite reumatoide e, que seja evitado
seu uso em doses excessivas porque podem causar a destruição de células vermelhas
do sangue As sementes, quando germinadas, são populares, como salada de brotos.
A alfafa apresenta propriedades terapêuticas que incluem a redução do
colesterol plasmático (saponinas) e atividade estrogénica. Uma possível
associação entre alfafa e lúpus eritematoso sistêmico foi descrita e atribuído
ao constituinte tóxico canavanina, que é um análogo estrutural da arginina e
pode interferir nas funções desta. As ervas desta planta medicinal são
altamente nutritivas, boas para a glândula pituitária, hipófise, alcaliniza o
corpo rapidamente e desintoxica o fígado. Externamente é utilizada em feridas.
É usada como uma erva de banho e óptima para os cabelos. A raiz pode ser descascada,
seca e desfiada para ser usada como uma espécie de escova de dentes natural,
pois a planta possui propriedades medicinais para combater a halitose
(mau-hálito). As flores e as folhas podem ser comidas em forma de salada ou
cozidas na panela. O broto pode ser cozinhado e depois comido em forma de
legume na salada. A planta, além de ser rica em clorofila e cálcio, possui
vitamina C, vitamina K, ácido fólico, e várias outras substâncias. O consumo da
erva é considerado muito seguro, porém deve-se evitar ingerir grandes quantidades de brotos, pois os mesmos contêm
alcaloides. A alfafa é explorada comercialmente para a extração de clorofila.
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