sábado, 5 de agosto de 2017

DERMATOFITOSES - TINEA PEDIS




Dermatofitoses são doenças causadas por fungos denominados dermatófitos que causam infecções da pele, dos pelos e das unhas, em animais e humanos, Tem como característica a afinidade pela queratina, devido à sua capacidade de obter nutrientes de matéria queratinizada, presente nesses locais. A inflamação é causada pela resposta do hospedeiro a subprodutos metabólicos. Geralmente a sua ocorrência restringe-se à camada cornificada da epiderme devido à sua incapacidade de penetrar tecidos vivos em hospedeiros imunocompetentes. 
As fontes de infecção podem ser, consequentemente, o homem, determinados animais (cão, gato, porco, gado, aves, peixes etc) e o solo. Existem mais de 40 espécies de fungos que podem causar doenças e, dentre estas, 30 podem afetar o ser humano e causar infecções em diferentes partes do corpo. Estas infecções são mais comuns em países de clima quente e húmido, sendo que os de clima tropical e subtropical são os mais afectados. A dermatofitose é uma doença contagiosa universal e muito frequente. Podendo-se transmitir por contacto directo, ou por transmissão indirecta
O "pé de atleta " é a forma de infecção fúngica mais comum. As espécies mais frequentes que causam esta infecção fungica são as espécies do género Epidermophyton e Trichophyton.

                                                           Epidermophyton floccosum


Os indivíduos que usam piscinas ou balneários públicos correm maior risco de desenvolver tinea pedis ou pode ser adquirida no lar se um ou mais membros da família estiverem infectados, através de artigos como meias, sapatos, toalhas, na banheira ou duches e por meio de materiais contaminados com escamas de pele parasitada. Estas escamas podem causar infecção por até 15 dias quando em um meio ambiente a 26ºC. O calor e humidade são assim factores de predisposição.A doença desenvolve-se bem entre os espaços iterdigitais dos pés quando se associa caçor e humidade sendo por isso própria da altura de verão. 
Alguns desportos, como a corrida de longa distância, podem causar trauma crónico que também proporciona aos fungos a oportunidade para invadir as camadas externas da pele. O risco de infecção aumenta com a sudação abundante, ou com o calçado oclusivo,que impede a dispersão do calor e a evaporação da humidade.

Sintomas:
A tinha do pé manifesta-se, de modo geral com prurido e descamação dos dedos dos pés
.
Há diversas formas clínicas de tinea pedis, podendo sobrepor-se dois ou mais tipos:

A mais comum é a forma crónica intertriginosa (intertrigo, frieira) caracterizada por descamação ou maceração nos espaços e pregas interdigitais (entre os dedos), frequentemente com fissuração do fundo da  prega e vir acompanhado de onicomicose. A infecção desenvolve-se tipicamente no espaço interdigital podendo estender-se à planta. Pode haver infecção bacteriana secundária. Nos casos mais graves, organismos gram negativos podem agravar a situação, causando maceração da pele, hiperqueratose ou erosões que podem aumentar a sintomatologia.
Pode constituir uma porta de entrada de infecções por estreptococo que causam surtos de linfangite e celulite do pé
Pessoas com diabetes mellitus e déficit de retorno venoso devem cuidar muito da saúde dos pés e evitar o intertrigo, que serve de porta de entrada para infecções bacterianas no tecido mole das pernas, causando quadros de erisipela (infecção cutânea). Pacientes imunodeprimidos podem ter quadros extensos e difíceis de tratar, frequentemente com fissuração do fundo da prega. Poderá existir mau cheiro, prurido e/ou sensação de ardor ou comichão no pé. 
 A forma crónica hiperqueratósica caracteriza-se por eritema discreto e hiperqueratose com envolvimento da planta, superfícies dorsais e calcanhar e que, às vezes, se estende ao dorso do pé. As plantas dos pés podem ficar secas e escamosas. É conhecido como tinea pedis tipo “mocassim”, pela forma adoptada, sendo usualmente causado por T. rubrum. 
Na forma vesicular, usualmente causada por T. mentagrophytes. São observadas pequenas vesículas ou vesicopústulas perto do peito do pé e na superfície plantar adjacente. Nestas áreas e entre os dedos podem ser vistas escamas. Esta forma é sintomática no Verão e clinicamente inactiva nos meses mais frios;geralmente é unilateral.
Há outra forma aguda ulcerativa, frequentemente associada com ulcerações maceradas, em carne viva, exudativas na planta do pé. Tipicamente estão presentes hiperqueratose e um cheiro activo. Este tipo, que é complicado por sobreinfecção de gram negativos oportunistas como Proteus e Pseudomonas, pode ser extremamente doloroso, erosivo e purulento, impedindo o doente de caminhar.

Normalmente o diagnóstico do pé de atleta é clínico.
O pé de atleta pode ser confundido com maceração (por hiper-hidrose e calçado oclusivo), dermatite de contacto, eczema ou psoríase. As lesões podem persistir e a recorrência é comum. Pode estar presente a tinea unguium (onicomicose) de uma ou mais unhas.
Tratamento
O tratamento da dermatofitose deve ser precoce para evitar extensão do quadro e contaminação de outras pessoas que convivem próximo ao paciente afetado.
Existem duas modalidades de tratamento: tópico e com medicações sistêmicas por via oral. Os dois principais grupos de fármacos são: alilaminas (terbinafina, naftifina) e derivados do imidazol (clotrimazol, econazol, miconazol, sertaconazol, etc....). Outros antifúngicos também podem ser eficazes como tolnaftato, ciclopirox olamina, ou os velhos derivados do ácido undeconóico tópicos. Dentre estes, o mais específico para os fungos dermatófitos é o cloridrato de terbinafina. E e os azólicos são os mais usados porque têm um amplo espectro de ação.
O pé de atleta interdigital que se apresenta com fissuras e maceração responde bem a antifúngicos tópicos. Os pós antitranspirantes necessitam de mais provas de efectividade no entanto tem um papel na prevenção. 
Na forma aguda inflamatória caracterizada por vermelhidão, exsudação e erupções vesiculares, a inflamação pode ser diminuída com soluções adstringentes de sais de alumínio antes de aplicar a terapia antifúngica
As preparações para pulverização cutânea e pós são menos eficazes porque se introduzem menos na pele; são provavelmente mais úteis associadas a creme ou solução ou na profilaxia para prevenir infecções recorrentes. As pomadas estão indicadas para lesões hiperqueratósicas e as soluções em áreas intertriginosas ou pilosas.
Aplicação:
Habitualmente, o tratamento de escolha são os antifúngicos em creme, pomada, spray ou loção que são aplicados uma ou duas vezes por dia durante quatro semanas, excepto a terbinafina (alilaminas) que devem ser s aplicadas uma vez ao dia e na maioria dos casos, é efectiva numa semana, dependendo do quadro clínico e da extensão da dermatofitose. Após a cicatrização da pele o tratamento tópico geralmente deve continuar mais uma a duas semanas para erradicar qualquer material fúngico, que se aloja na camada de queratina, de modo a evitar recorrência. A aplicação deve incluir a área afectada e a pele normal em redor. 
Se a inflamação for um problema, pode ser considerada a associação de um antifúngico com um corticosteróide, durante um curto período de tempo. O uso inadequado de corticosteróides pode disfarçar a infecção e em ocasiões, fazer com que esta piore. 
O tratamento oral raramente é necessário. É reservado para situações crónicas que não se resolvem, ou graves quando o tratamento tópico falha, ou para infecção associada das unhas. Com o envolvimento da planta (tipo “mocassim”), frequentemente é necessário tratamento sistémico.
Efeitos secundários:
A terapia antifúngica tópica causa às vezes reacções locais (comichão, irritação e eritema). Se os efeitos ocasionados forem graves, deve ser interrompida a terapêutica.
Os antifúngicos por via oral causam diversos efeitos como náusea, dor abdominal, vómito, cefaleia, diarreia, rash. O cetoconazol está associado com toxicidade hepática fatal; deve ser considerada a relação benéfico/risco e os doentes devem ser vigiados. Fluconazol, itraconazol e terbinafina têm sido associados raramente com toxicidade hepática. Referida raramente insuficiência cardíaca com itraconazol; precaução quando se prescreve a doentes em risco.Em quadros mais extensos de dermatofitose do corpo, onicomicose e também em dermatofitose do couro cabeludo, o tratamento de escolha são antifúngicos sistêmicos. Esta modalidade não dispensa o tratamento tópico. O cloridrato de terbinafina em comprimidos de 250mg é o medicamento mais ativo contra fungos dermatófitos. Outros antifúngicos indicados são do grupo dos azóis como o itraconazol em comprimidos de 100mg e o fluconazol em comprimidos de 150mg.O médico dermatologista vai decidir qual medicação é a mais eficiente de acordo com cada caso. O tratamento tem duração média de 15 a 30 dias para dermatofitose do corpo, dos pés e da virilha; duração de 90 dias para dermatofitose do couro cabeludo em crianças; duração de seis meses para onicomicose das mãos e um ano para onicomicose dos pés.
O fracasso no tratamento das dermatofitoses:
Depende de vários factores como: irregularidade no tratamento, defeito de absorção da medicação oral, re-exposição ao agente causador e resistência antimicrobiana/antifúngica.
Os doentes podem ser tentados a acabar o tratamento quando os sintomas diminuem, mas antes de a infecção ter sido erradicada. O doente deve completar a duração de tratamento recomendada. O tipo “mocassim” é especialmente resistente ao tratamento. 
Deve-se consultar o médico se os sintomas não desaparecem ao fim dum mês.
Prevenção:
Determinante do sucesso terapêutico é a adesão a medidas não farmacológicas destinadas a complementar o efeito dos antifúngicos e a prevenir uma futura reinfecção. Algumas destas medidas podem limitar o risco de desenvolver a tinha do pé e são úteis para prevenir infecções secundária:
  • evitar contaminar-se em banheiros, balneários e piscinas usando roupas ou chinelos/sapatos adequados. Não caminhar descalço em superfícies que possam estar contaminadas 

  •  se faz necessário evitar ficar com roupas húmidas por tempo prolongado durante o verão
  • manter a pele limpa e seca. É prudente para os doentes a lavagem diária dos pés, tendo o cuidado de os secar bem, especialmente entre os dedos usando a toalha pessoal seca ou utilizaNdo o vento seco e frio de um secador. Lembrar que o calor e a humidade agravam a situação;
  • é importante descontaminar os sapatos e as meias para evitar recidiva ou reinfecção.
  • evitar compartilhar artigos pessoais, como toalhas, e instrumentos de pedicure
  • a transpiração excessiva é um problema subjacente e também deve ser tratada.
  • evitar calçado oclusivo.É recomendado o uso de calçado ligeiro e permeável, especialmente no tempo quente. Assegurar que os sapatos são adequados, já que em caso contrário podem causar trauma que predispõe à infecção fúngica.
  • alternar diariamente o uso de sapatos para que possam secar por completo.
  • Se possível, usar sandálias ou calçado que assegure a ventilação do pé. Os sapatos de couro permitem mais ar para os pés 
  • não compartilhar o calçado.
  • usar meias de algodão que mantêm o pé seco, substituindo-as diariamente.
  • polvilhar o calçado com antifúngico em pó pode ser considerado.
  • enquanto persiste o rash, tratar de manter os pés cobertos em áreas comuns de muda de roupa.
  • Lave os seus pés com um sabonete ou gel de pH neutro suave.
  • Ajudam a prevenir o pé do atleta os banhos de ervas antifungicas regulares.
Em casos de resistência ao tratamento, é de considerar a existência de uma infecção não tratada da unha, reinfecção, um membro da família não tratado, ou uma explicação alternativa para os sintomas, como dermatite ou psoríase.

Remédios caseiros ou populares:
De acordo com os valores dos Concentração Mínima Inibitória e Concentração Mínima Letal, os dermatófitos demonstraram sensibilidade para alguns dos óleos essenciais (os valores de Concentração Mínima Inibitória e Concentração Mínima Letal variaram entre os 100 e 1200 µg/mL).  Dentre os compostos naturais, o citral, o p-cimeno, o timol, o carvacrol e o eugenol foram os mais ativos, apresentando valores de Concentração Mínima Inibitória e Concentração Mínima Letal abaixo dos 200 µg/mL. Os óleos essenciais e os compostos mais ativos revelaram efeito inibitório na germinação, crescimento e viabilidade de T. mentagrophytes e T. rubrum em estirpes de referência e clínicas. Demonstraram ainda efeitos antibacterianos contra Staphylococcus epidermidis e S. aureus, presentes em infeções mistas cutâneas por bactérias e fungos. . Os resultados confirmaram o grande potencial destes produtos naturais, extratos vegetais voláteis e fitoquímicos, como novos agentes antidermatofíticos. 
Contribuem assim, na área da micologia médica para controlar infeções fúngicas humanas superficiais, como alternativas rápidas e confiáveis para o desenvolvimento de agentes antifúngicos de amplo espectro, mais seguros, acessíveis e mais baratos para o tratamento tópico de tinea pedis. No entanto deve-se estar atento também ás Interações e efeitos secundários destes produtos medicamentosas à base de plantas
Exemplos :
- óleo da árvore do chá  chá da Austrália(tea tree /Melaleuca) tem excelentes propriedades anti-fúngicos e, portanto, é considerado um dos remédios mais eficazes. Verter algumas gotas de óleo em seus dedos e aplique sobre a parte infectada dos pés. Certifique-se de suas mãos são lavadas antes e após a aplicação do óleo da árvore do chá. Deve ser repetido três vezes por dia durante duas semanas, e você vai achar que a infecção se foi. Se você não pode tolerar a sensação de queimação sentida na aplicação de óleo  não use
O óleo da árvore do chá combate o fungo do péUm remédio caseiros simples e comprovado para o pé de atleta é um óleo da árvore do  Humedeça as áreas afectadas várias vezes ao dia com o óleo. Depois de vários dias de uso vai notar a melhoria.
- Passe algumas gotas de óleo de lavanda na pele com micose. Repita uma vez por dia até que o fungo tenha sido eliminado completamente. Aplique o óleo diariamente nas unhas infectadas por fungos, para hidratar e curar enquanto a nova unha saudável cresce ou mergulhe os pés em água aquecida, com algumas gotas do óleo para relaxar a musculatura e eliminar possíveis fungos.Para uma cicatrização mais rápida de queimaduras ou eczema, misture o óleo da planta com óleo de coco em proporções de 1 para 5
- óleos essenciais de sálvia, erva cavalinha ou carvalho. Ferva estas ervas brevemente e, em seguida, use o caldo como um banho para o pé.Não só fortalece o sistema imunológico e inibe o crescimento de dermatófitos patogénicos, mas a sálvia também reduz substancialmente a transpiração.
-A comichão é aliviada por um banho a escaldar para os pés com chá preto. O tanino contido actua efectivamente, você deve usar 5-6 saquinhos de chá por litro de água. Despeje sobre os sacos de chá água a ferver, por 15 minutos e fique com os pés cerca de 20-30 minutos no banho. Os sacos de chá devem permanecer na água durante todo o tempo. Secar muito bem após o banho de pé seus pés e envolvê-los calorosamente
Óleo de erva de São João como um remédio caseiro para o pé de atleta. Além disso, o óleo de erva de São João (da farmácia), aplicado várias vezes por dia nas áreas afectadas, alivia a inflamação da infecção fúngica.
- O vinagre de maçã é ideal devido à sua acção germicida para combater o pé de atleta. Lave e enxagúe todos os dias os locais inflamados durante meia hora e depois enxaguar. Seque seus pés corretamente após o tratamento. Isto tem de ser executado duas vezes por dia ..Da mesma forma, você também pode agir do mesmo jeito para infecções fúngicas noutras partes do corpo, O vinagre de maçã misturado com água numa proporção de 1: 4, e um pouco de limão ou ½ copo de sal de cristal age também como um pedilúvio muito eficaz contra o fungo da pele. As aplicações de vinagre de cidra como um remédio caseiro para o pé de atleta devem ser complementadas, usando apenas meias de algodão que possam ser lavadas tão quente quanto possível e mal saiam da máquina de lavar roupa, para a desinfecção devem-se colocar num banho de 30 minutos em vinagre de cidra.
-Cebola ou alho contra o pé de atleta À noite esfregue os espaços entre os dedos dos pés com alho ou cebola. Durante a noite exercerá o seu efeito, este remédio caseiro natural contra o fungo. A alicina contida no alho é de facto um excelente remédio para infecções fúngicas e, naturalmente, para combater o que é em grande parte responsável pela disseminação de patogénicos.Você pode complementar a acção, comendo diariamente 1-2 dentes de alho
-Mel – Remédio caseiro comprovado para o pé de atleta .O mel é um remédio tradicional caseiro para muitas doenças, sendo conhecido por seus ingredientes anti-inflamatórios E às propriedades antifúngicas .Esfregue as áreas afectadas no pé com este remédio caseiro calmante para o fungo no pé e deixe descansar por algum tempo. O mel alivia a infecção e levará ao seu desaparecimento.
-Outro remédio caseiro experimentado e verdadeiro para o pé de atleta é o há muito conhecido curativo da terra. Pulverize os seus pés várias vezes por dia com o curativo da terra ( argila)e use meias de algodão quentes sobre ele. No entanto, também se pode misturar com água, aplique a lama na à área afectada, deixe secar e lave. O fungo no pé raramente ocorre sozinho, por isso, muitas vezes o intestino é afectado em muitos casos. Beba 2-3 copos por dia de água de argila ( note que a arfila branca não deve ser ingerida), você pode adicionar uma colher de sopa de vinagre de cidra da maçã.
-Fácil de usar e um remédio caseiro barato para o pé de atleta é o bicarbonato de sódio. Aplique por isso várias vezes ao dia na área afectada . Também deve colocar o fermento em pó nas suas meias ou sapatos. Para ajudar a manter seus pés secos, de modo que o fungo no pé não ataque novamente.
-Sal Epsom (O sulfato de magnésio ou sulfato oriundo de pedra magnética, de nome comum sal de Epsom é um composto químico que contém magnésio, e cuja fórmula é MgSO₄·7H₂O) e ácido bórico: Estes dois ingredientes são bons para qualquer problema de pele. Tome um pouco de "água quente em um tanque e adicionar um quarto de xícara de sal Epsom e 3 colheres de sopa de ácido bórico na mesma. Toque na mistura para que pedaços de ácido bórico em água. Você também pode adicionar um pouco "de vinagre branco na mesma. Mantenha os pés na água por 15-20 minutos e, em seguida, secar os pés.
- Extrato de semente de uva: Este possuem fortes dons naturais antifúngicas que ajudam a combater qualquer infecção por fungos. Tome algumas gotas de extrato na palma da sua mão e esfregue bem em pé, três vezes por dia. Você também pode adicionar na máquina de lavar para desinfectar meias.

CONCLUSÃO:
A prevenção é, naturalmente a melhor forma de combater o pé de atleta, melhor inclusive que os cuidados posteriores.

Por LLSRA
BIBLIOGRAFIA
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1303075
http://www.sbd.org.br/doenca/dermatofitose/
http://books.scielo.org/id/23wpg/pdf/rodrigues-9788561673680-06.pdf
Bibliografia 1. PRODIGY Guidance- Fungal (dermatophyte) infections-skin and nails. www.prodigy.nhs.uk (consulta 09-12-05). 2. Bedinghaus J., Niedfeldt M. Am Fam Physician, 2001; 64: 791-6. 3. Beers M., Berkow R. (eds).The Merck Manual. 17thed. Whitehouse Station, Merck Research Lab., 1999. 4. Anon. Drug Ther Perspect, 1999; 13(4): 10-13. 5. Nistal B., Del Pozo J. Dermatofitosis o tiñas. Guias clínicas 2005; 5 (35) www.fisterra.com (consulta 09-12005). 6. Harman R.J., (ed). Handbook of Pharmacy Health-Care. Londres, The Pharmaceutical Press, 1990. 7. Newton G., Popovich N.G. Em: Covington T. (ed). Handbook of Nonprescription Drugs. 13thed, Washington, American Pharmaceutical Association, 2002. 8. Weinstein A., Berman B., Am Fam Physician, 2002; 65: 2095-102. 9. Dipiro J.T. et al. (eds). Pharmacotherapy, A pathophysiologic approach. 6thed, New York, McGraw-Hill, 2005. 10. Tinea pedis. http://dermnetnz.org/fungal/tinea-pedis.html (consulta 09-12-05). 11. Anon. Drug Ther Bull, 2002; 40(7): 53-54. 12. Crawford F. Clin Evid, 2005; 14: 1-5. 13. Hirschmann J.V., Raugi G.J. J Am Acad Dermatol, 2000; 42: 132-3. 14. Oral treatments for fungal infections of the skin of the foot. Cochrane Rev Abstract 2005. www.medscape.com/viewarticle/486696
http://www.fotosantesedepois.com/oleo-essencial-lavanda/#Antifungico
E OUTRAS  FONTES

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Leucocitos atacando espermatozóides



Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos(ao contrário das hemácias -glóbulos vermelhos, não possuem pigmentos), são um grupo de células diferenciadas a partir de células-tronco pluripotenciais oriundas da medula óssea e presentes no sangue, linfa, órgãos linfoides e vários tecidos conjuntivos. As citadas células-tronco também dão origem aos chamados glóbulos vermelhos (hemácia ou eritrócito) e às plaquetas (trombócitos), que, junto com os leucócitos, integram os chamados elementos figurados do sangue. Um adulto normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos por microlitro (milímetro cúbico) de sangue.



Função dos Leucócitos:
- Realizar a defesa do organismo contra agentes infecciosos (vírus, bactérias e substâncias alergênicas). Este processo ocorre, pois os leucócitos possuem a capacidade de produzir anticorpos.

Os leucócitos fazem parte do sistema imunitário do organismo. Têm por função o combate e a eliminação de microrganismose estruturas químicas estranhas ao organismo por meio de sua captura ou da produção de anticorpos, sejam eles patogênicos ou não. Os leucócitos compreendem um grande grupo de células que se apresenta numa grande variedade de formas, tamanhos, número e funções específicas. São células que não pertencem intrinsecamente ao tecido sanguíneo, utilizando-o apenas como meio de transporte. Suas origens, funções e morte dão-se em outros tecidos. Têm a capacidade de atravessar as paredes dos capilares (diapedese), passando a se deslocar nos tecidos conjuntivos mediante a emissão de pseudópodes. Alguns são abundantes na linfa e no sistema linfático. Por isso, o aumento de tamanho de gânglios, principalmente aqueles localizados logo abaixo da pele, revela a existência de uma infecção em ação, em alguma parte do corpo.


Não são como as células normais do corpo. Na verdade, na maioria das vezes, agem como se fossem organismos vivos independentes e unicelulares, capazes de se mover e capturar coisas por conta própria. As células comportam-se, de certo modo, como amebas em seus movimentos e são capazes de absorver outras células e bactérias. Algumas delas podem se dividir e se reproduzir por conta própria, mas são produzidas principalmente a partir de células da medula óssea. Sua diferenciação pode ocorrer tanto na própria medula quanto em órgãos específicos como o timo (linfócitos T), ou em estruturas localizadas nas paredes do intestino, apêndice e amígdalas, cujas naturezas remontam à bursa (linfócitos B). Em média um indivíduo produz aproximadamente 100 bilhões de leucócitos por dia.


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Plantas atropinicas - Parassimpatolíticos ou atropínicos ou tropânicos




Semeei em composto 100% biológico (restos, de comida, palha, fezes de galinha, folhas secas  e restos de terra que sobra) , não sei foi o quê...nasceram tomateiros e estes já dão frutos maduros em Julho    -  Os tomates nasceram em vaso.
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Solanales
Família:Solanaceae
Género:Solanum
Espécie:S. lycopersicum

Ao colher os frutos já vermelhos, perguntei-me - Porque não comemos, em sopa por exemplo as folhas do tomateiro?
Lembrei-me então de ter lido um artigo do biólogo Jorge Paiva sobre " Folk Medicine",  e comecei a lembrar-me que  em  tempos longínquos, O Homo sapiens L.  sabia o que podia comer  por aprendizagem com os outros animais, a  ingerir somente os órgãos das plantas que não são tóxicos. As plantas atropinicas são um bom exemplo deste tipo de aprendizagem.
Os compostos atropinicos são  designados alcaloides (atropinicos ou) tropânicos por terem a estrutura comum bicíclica:tropano-8-metil-8-azabiciclo


 foram isolados doss seguintes géneros/ famílias:

Solanaceae  - família da batateira, beladona tomateiro figueira do inferno etc
Brassicacea (cruciferae) família das couves, nabos, rabanetes
Convolvulaceae - família das corriolas (campanelas ou cucos), batata-doce etc
Dioscoreaceae - família do inhame,  dos tintureiros, da  batata- de -Goa
Erythroxylaceae -família da coca
Euphorbiaceae- família do rícino, purgueira, borracheira
Orchidaceae-
Proteaceae - família do carvalho sedoso, proteas
Rhizophoraceae- família do mangue vermelho



É nas solanáceas que se encontram as plantas com maior teor em alcalóides tropinicos como a hiosciamina, atropina e a escopolamina.
É  uma família a que pertencem muitas plantas alimentares básicas  como a  batateira, tomateiro,  pimenteiro, beringela  e condimentares como o piripiri,  pimenteiro da china e plantas ornamentais como trombeteiras e belas noites, e ainda outras plantas  extremamente toxicas,  ancestralmente utilizadas em fitoterapia como a beladona o meimendro,  mandrágora e plantas alucinogénas como o tabaco, figueira do inferno e charuto do rei.


Estas plantas comestíveis ou não , não produzem ou acumulam estes compostos tóxicos nos mesmos orgãos. Por este facto, comemos os frutos do tomateiro que não tem produtos atropinicos mas não aproveitamos as folhas que acumulam estes compostos. Já os indios secavam as folhas moiam-nas e utilizavam o pó para desparasitar o cabelo e o pelo dos animais domésticos. 
Com a batateira comemos o tubérculo mas não os seus frutos pela mesma razão. 

Muito usadas na bruxaria, na extração de produtos alucinogéneos e ornamentais.


Assim na medicina folclorica ,  o curandeiro as utiliza a seu belo prazer provocando alucinações ou intoxicações, depois trocando por outra planta e elaborando rezas e exorcismos faz desaparecer o mal ( conscientemente posto).

O pó das sementes que tem elevados produtos atropinicos é a Datura stramonium l. conecida como figueira do inferno, erva do diabo, erva das bruchas, erva dos mágicos, castanheiro do diabo responsável pela morte do gado cavalar muito sensível a estes compostos quando a planta esta nos fardos de palha.


Os parassimpatolíticos são ditos atropínicos porque o protótipo do grupo é um alcalóide natural encontrado em um arbusto chamado Atropa belladona: a atropina. Esta era utilizada na Roma antiga a fim de produzir midríase e deixar os olhos das mulheres mais bonitos. A
escopolamina é outro atropínico importante. Trata-se de um alcalóide que está presente no buscopam e que possui emprego clínico como espasmolítico uma vez que relaxa a musculatura lisa. É o único fármaco  Atropínico disponível (OTC)  utilizado no tratamento de náuseas e vômitos e cólicas gatrointestinais e renais.



Parassimpatolíticos ou atropínicos São drogas que bloqueiam o receptor muscarínico e por este motivo também podem ser chamadas de antimuscarínicos. anticolinérgicos, bloqueadores colinérgicos, colinolíticos e bloqueantes parassimpáticos. Os alcalóides naturais como a atropina, escopolamina ( de origem vegetal). São  fármacos que son absorbidos fácilmente e atravessam a barreira hematoencefálica, passam o sistema nervoso central e produzem acções centrais : irritação , ansiedade, nervosismo 
 Como a maior parte dos receptores muscarínicos se encontram na célula efetora do SNP, os efeitos dessas drogas vão ser observados nas estruturas em que o parassimpático tem o tônus preponderante:                                                                            
 1. Glândula de secreção exócrina.                
 2. Coração.
 3. Olho. 
 4. Árvore respiratória. 
 5. Trato gastro-intestinal.
 6. Trato urinário. 
7. SNC. 
8. Temperatura corporal. Obs: regulação da temperatura corporal (gls. sudoríparas) é realizada pelo sistema nervoso simpático colinérgico.




Lineu utilizou o epíteto específico belladonna (em italiano: mulher bela). O nome genérico Atropa foi derivado de Atropos, uma das três Moiras que na mitologia grega controlavam o destino (uma o nascimento, outra o prolongamento da vida, e, finalmente, Atropos, responsável pelo corte do fio da vida, ditava a morte).



                                 A BELA DONA





Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Subclasse:Magnoliidae
Ordem:Solanales
Família:Solanaceae            
Subfamília:Solanoideae                                       
Tribo:Hyoscyameae
Género:Atropa
Espécie:A. belladon L,
Nomes Vulgares ou comuns ou populares 
 Beladama, erva-midriática erva- moura-furiosa erva envenenada, planta-do-diabo e bagas-do-diabo, tollkirsche (alemão); belladona (espanhol, inglês); belladone (francês); deadly nightshade, dwale (inglês); belladonna (italiano)

A Beladona é uma das plantas mais tóxicas encontradas no hemisfério oriental. 
É uma planta vivaz herbácea da Europa Central e Meridional, Norte de Africa e Ásia Ocidental. Espontânea nos solos calcários e sombrios, nas matas e regiões montanhosas.
A ingestão de apenas uma folha pode ser fatal para um adulto, embora a toxicidade possa variar em função do estado vegetativo da planta, da sua idade e de factores genéticos e ambientais. 
A raiz da planta é geralmente a parte mais tóxica e apesar de todas as partes da planta conterem alcalóides, as bagas constituem o maior perigo por serem atractivas, com a sua aparência negra e brilhante e sabor adocicado, originam acidentes mortais, sobretudo em crianças. A ingestão de quantidades superiores a cinco bagas pode ser fatal para um adulto. 
A toxicidade da beladona resulta da presença de um conjunto de princípios activos distribuídos em concentrações diversas pelas diferentes partes da planta:
Nas partes aéreas — alcalóides tropânicos (0,03-0,06%) (nomeadamente L-hiosciamina (predominante na planta fresca), atropina (predominante na planta seca), norhiosciamina e noratropina), ésteres de escopanol (escopolamina ou hioscina e atroscina) e hidroxicumarina (escopoletol).
Na raiz e rizomas — cumarinas (escopoletol, umbeliferona, hiosciamina, atropina, cuscohigrina, bellaradina).
Para além dos princípios activos atrás apontados, a planta é rica em hiosciamina, atropina, hiescina, escopolamina, piridina, ácido crisotrópico, taninos e amidos.
Devido ao facto de seus frutos, quando ingeridos puros ou na forma de tisanas, provocarem efeitos psicoactivos(alucinações), a planta é utilizada como droga recreativa. 

As partes utilizadas para fins terapêuticos são as Folhas por vezes misturadas com sumidades floridas, que segundo a  Farmacopeia Portuguesa VII  deve conter no mínimo 0,30% de alcalóides tropânicos totais, expressos em L-hiosciamina. Alcalóides secundários dos quais se destaca a escopolamina. Taninos 8 a 9%; flavonoides, cumarina (escopoletol)  e o ácido crisatrópico com interessa na identificação química da planta

Farmacologia - acção parassimpaticolítica : 
  • midriática, 
  • broncodilatadora, 
  • vasocostritora, 
  • fiminui a sudorece
  • antiespamódica digestiva
  • externamente tem efeito analgésico

Principais indicações
Utilizada medicinalmente como dilatador da pupila (em oftalmologia) e como antiespasmódico em cólicas e contraturas musculares, antiasmático e anticolinérgico. Correctamente utilizada em pneumologia é útil no controlo de espasmos bronquiais, embora possa acarrear desidratação das secreções.- .É igualmente substância activa em medicamentos regulamentados pelo Infarmed, nomeadamente em antiespasmódicos utilizados para controlar espasmos da laringe e das cordas vocais e no tratamento de traqueítes.-Na insuficiência cardiaca ligeira pelo seu efeito dromotrópico e cronotrópico positivo
Os extractos de beladona têm sido empregados desde há muito, e com relativo êxito, no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson e das síndromes parkinsonianos. A sua utilização ajuda a prevenir efeitos colaterais adversos de outros tratamentos. A beladona também se emprega em gastroenterologia, em doses baixas, como neuroregulador intestinal em casos de colon irritável e de colite ulcerosa.
Em doses moderadas pode servir como analgésico ou como anestesiante.- É também utilizada como matéria prima na composição de um medicamentos homeopáticos, com destaque para aquele que é comercializado com o seu nome comum.


Usos aprovados pela comissão E
-Espamos e cólicas gastrointestinais e biliares

Usos etnomédicos 

-broncoespasmos

-excesso de secreções nasais,s alivares ,gástricas(hipercloridria) e suor

-na obervaçao oftalmotológica
- perturbações neurológicas com espamos e rigidez muscular
- As bagas da beladona foram utilizadas durante séculos no tratamento tradicional de uma variedade de sintomas, incluindo dor de cabeça, sintomas associados à menstruação, úlcera péptica, reacção a histamínicos, inflamação e afecções dolorosas que afectam os movimentos.

Contra-indicações: taquicardia, arritmias, adenoma da prostata, glaucoma , edema agudo do pulmão, estenoses gastrointestinais não usar com antidepressivos tricíclicos

Efeitos secundários e toxicidade:
Os sintomas de envenenamento por beladona são os mesmos que os da atropina, e incluem pupilas dilatadas (midríase acentuada), taquicardia, arritmias, perturbações da consciência com delírio   alucinação, visão desfocada, glaucoma, garganta seca /secura da boca, obstipação e retenção urinária, tremor e rigidez muscular (espasmos, agitação). A pele pode secar. Segue-se coma e morte - Quadro clínico do tipo anticolinérgico. Estes efeitos devem-se há presença em elevadas concentrações dos alcalóides derivados dos tropanos (hiosciamina, atropina, escopolamina) que convertem a beladona numa planta venenosa, capaz de provocar estados de coma ou morte se mal administrada.

 O principal antídoto utilizado é a pilocarpina.


Formas de administração:
Até finais do século XIX, as revistas de medicina ecléctica explicavam como preparar uma tintura de beladona para administração directa aos pacientes:

Pó de beladadona titulado: dose usual 50 a 100mg por dia

Doses máximas 100g por toma, 300mg dia

Os preparados homeopáticos de beladona são vendidos como tratamentos para várias enfermidades. Embora alguns autores afirmem que não há evidência científica que comprove a sua eficácia clínica na concentração 30 C, sua eficácia pode ser verificada em outras concentrações. 
Devido á reduzida Margem terapêutica desaconselha-se a prescrição directa das folhas sem controlo efectivo do seu conteúdo em alcalóides


                                                       Belas mas perigosas





por LLSRA
Bibliografia consultada entre outras
-Farmacopeia Portuguesa VII, Vol.1,pg 856-858 (2002)
.Fernandes Costa, Farmacognosia, Vol II, Ed. Fundação C. Gulbenkian, pg 452-465 (1967)
- Alonso,J.R. Tratado de Fitoterapia, bases clínicas e farmacológicas, ed, IRIS pg 299-305 (1998)
-PDR for HERBAL MEDICIN, 2ª. ED medicinal economics company. pg 69-71 (2000)
-https://pt.slideshare.net/JooFerreira73/atropa-belladona-beladona
-www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca/pdfs/Fitoterapia/fi-0444.pdf
-ranieralph.weebly.com/uploads/3/1/9/3/.../aula15-parassimpatoliticos-atropnico.pdf
-http://ranieralph.weebly.com/uploads/3/1/9/3/3193594/aula15-parassimpatoliticos-atropnico.pdf
-http://farmacognosia-febac.blogspot.pt/2014/12/alcaloide-tropanicos.html
-http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/drogas_com_alcaloides.html