sexta-feira, 23 de março de 2018

Nervo vago - o nervo da "fome"


Congelar o vago para reduzir o apetite?


Pesquisadores da Universidade de Emory (EUA) reduziram o apetite de pacientes obesos ao “congelar” um tronco do nervo vago, que dá sinais ao corpo de que estamos com fome.
O nervo vago, também conhecido por nervo pneumogástrico e descrito na literatura como nervo X, é o 10º par dos 12 nervos cranianos que possui ação motora e sensitiva, sendo importante para a manutenção de funções vitais. É responsável pela inervação parassimpática de praticamente todos os órgãos abaixo do pescoço

Eles usam - O árgon/árgão/argão/argónio ou argônio/argon é um elemento químico, de símbolo Ar, número atômico 18 e massa atômica 40 u, encontrado no estado gasoso em temperatura ambiente. O Argônio é um asfixiante

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www.livescience.com/62095-hunger-nerve-freezing-weight-loss.html?utm_source=ls-newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=20180323-ls














quinta-feira, 22 de março de 2018

Coisas da natureza - o Meliloto ( antivitamina K) e a Luzerna (vitamina K)







Melilotus é um género botânico pertencente à família Fabaceae ( leguminosa). O melilotus ou trevo amarelo, chamada também de "flor do mel" tem origem em países de clima temperado , como Portugal. Argentina, espanha e Itália, por exemplo, têm grandes produções Com um aroma bem característico a planta Melilotus officinalis, ou simplesmente meliloto, é eficaz no tratamento de problemas circulatórios. A erva também conhecida como trevo-cheiroso nasce às margens de trilhas de forma natural, dando preferência a solos argilosos e salinos. A partir do meliloto ensilado e apodrecido forma-se o dicumarol.  O seu uso na alimentação do gado ocasiona uma doença caracterizada por um sindroma  hemorrágico que pode ser mortal, mas que se cura pela mudança de um alimento por  um outro,   rico  de vitamina k, como a luzerna
    Verificou-se que as hemorragias aconteciam depois do gado pastar em zonas onde abundavam as espécies de Melilotus albus (meliloto-branco) e Melilotus officinalis (meliloto, meliloto-amarelo ou trevo-de-cheiro). Para além disto, também se verificou uma maior incidência de hemorragias internas quando o clima estava mais húmido. Posteriormente, descobriu-se que um clima húmido era propício ao desenvolvimento de certos fungos como Penicillium nigricans e Penicillium jensi e que estes pareciam ser parte integrante da doença. Este fenómeno ficou conhecido como doença do trevo doce (‘sweet clover disease’) e começava a manifestar-se 15 dias após a ingestão de trevo doce infetado, caracterizada por uma diminuição progressiva da capacidade de coagulação, ocorrendo hemorragia interna, que geralmente era fatal, passados 30 a 50 dias.  Entretanto dois médicos veterinários, Schofield e Roderick, descobriram que a doença do trevo doce era reversível se o trevo doce infetado fosse retirado da dieta dos animais ou se os animais doentes fossem transfundidos com sangue fresco.  Posteriormente, Roderick demonstrou que o distúrbio na coagulação se devia a uma redução da atividade da protrombina. O dicumarol actua como antivitamina k pois evita a formação de protrombase no sangue, perdendo  este a propriedade de coagular A partir dessa atividade do dicumarol foi desenvolvido a Varfarina (medicamento sintético). Por isso pacientes que utilizam varfarina  e acenocumarol não podem fazer o uso exagerado  de plantas que contém cumarinas, pois ocorre potencialização do efeito podendo levar a hemorragias graves.                                    O aproveitamento das características medicinais da planta está absolutamente desaconselhado a indivíduos que estejam a tomar medicação anti coagulante, a crianças, lactantes e grávidas.


 A Medicago sativa L., conhecida pelos nomes comuns de luzerna e alfafa, é também uma leguminosa perene, pertencente à família Fabaceae e subfamília Faboideae, amplamente utilizada como alimento para ruminantes em regiões de clima temperado e seco. Parente próxima da  geneticamente modificada alfafa (M. sativa), a luzerna-preta é a sua melhor alternativa, tanto para alimentação do gado como para consumo humano. Originária da Ásia e do norte de África, a Luzerna, também conhecida por Alfafa, é amplamente utilizada na Europa Central.  Os árabes apelidavam-na de "al-fac-facah", o que signifca "pai de todos os alimentos" ou “ o melhor alimento” e era dada aos cavalos, de forma a torná-los mais fortes.  As suas raízes, capazes de absorver nutrientes pouco acessíveis à maioria das plantas, tornam a Luzerna uma das principais forrageiras para produção de feno que se conhece, sendo amplamente cultivada em todo o mundo para este fim. É também empregada na alimentação humana em muitos países e suas flores são muito melíferas.  É rica  em nutrientes, incluindo proteínas, minerais(ferro, cálcio cobre, fósforo, manganês, ferro, zinco, flúor,), pró-vitamina A ,  ácido fólico  e rica em vitamina k
e vitaminas do complexo B,C,D  sendo indicada contra o escorbuto e o raquitismo,  e isoflavonas (especialmente nas sementes). Entre nós, o seu consumo é restrito às dietas vegetarianas e ao consumo dos brotos de sementes germinadas. A literatura etnofarmacológica recomenda que as preparações desta planta não devem ser administradas para pacientes com doenças autoimune, como a artrite reumatoide e, que seja evitado seu uso em doses excessivas porque podem causar a destruição de células vermelhas do sangue As sementes, quando germinadas, são populares, como salada de brotos. A alfafa apresenta propriedades terapêuticas que incluem a redução do colesterol plasmático (saponinas) e atividade estrogénica. Uma possível associação entre alfafa e lúpus eritematoso sistêmico foi descrita e atribuído ao constituinte tóxico canavanina, que é um análogo estrutural da arginina e pode interferir nas funções desta. As ervas desta planta medicinal são altamente nutritivas, boas para a glândula pituitária, hipófise, alcaliniza o corpo rapidamente e desintoxica o fígado. Externamente é utilizada em feridas. É usada como uma erva de banho e óptima para os cabelos. A raiz pode ser descascada, seca e desfiada para ser usada como uma espécie de escova de dentes natural, pois a planta possui propriedades medicinais para combater a halitose (mau-hálito). As flores e as folhas podem ser comidas em forma de salada ou cozidas na panela. O broto pode ser cozinhado e depois comido em forma de legume na salada. A planta, além de ser rica em clorofila e cálcio, possui vitamina C, vitamina K, ácido fólico, e várias outras substâncias. O consumo da erva é considerado muito seguro, porém deve-se evitar ingerir grandes  quantidades de brotos, pois os mesmos contêm alcaloides. A alfafa é explorada comercialmente para a extração de clorofila.

Anticoagulantes orais - A história de Warfarina e Acenocumoral

                                              A história de Warfarina e Acenocumoral(Link)
                                                          Anticoagulantes/ Cumarinas 
                                                 (Cumarinas são lactonas do ácido o-hidroxi-cinâmico )



A anticoagulação oral é utilizada com o objetivo de diminuir a coagulação sanguínea.

A Varfarina (ou warfarina) é um fármaco anticoagulante normalmente utilizado para prevenir a formação de coágulos de sangue, bem como a sua migração. A Varfarina na verdade não afeta a viscosidade do sangue, inibe a síntese de vitamina k de que dependem formas biologicamente ativas de vários fatores de coagulação, além de vários fatores regulatórios.

Embora originalmente comercializado como pesticida (d-Con, Rodex, entre outros), Varfarina desde então tornou-se o anticoagulante oral mais prescrito.



Atualmente existem diferentes grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K(
fitonadiona), como o Varfine® (Varfarina) e o Sintrom® (Acenocumarol), e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano).

A anticoagulação oral pode salvar vidas, mas tem riscos que importa conhecer


No grupo dos antagonistas da vitamina K é necessário uma análise laboratorial periódica, cuidados alimentares e precaução com interações medicamentosas. 
A diminuição dos episódios de trombose salva vidas mas existe o risco de hemorragias que podem ser graves. A Varfarina tem várias propriedades que devem ser observadas quando usada medicinalmente, incluindo a sua capacidade de atravessar a barreira placentária durante a gravidez que pode resultar em hemorragia fetal, aborto espontâneo, parto prematuro, morte fetal e morte neonatal. Efeitos adversos adicionais, tais como necrose, síndrome do dedo roxo, osteoporose, válvula e calcificação arterial, e interações medicamentosas também foram documentados com o uso de Varfarina.


A anticoagulação oral é utilizada nos doentes com:
Alterações do ritmo cardíaco (a mais comum das quais é a fibrilhação atrial  e flutter atrial)
Doenças das válvulas cardíacas;
Prótese valvular cardíaca mecânica;
Embolia arterial e trombose e Trombo  (muitas vezes associadas a varizes dos membros inferiores);
 Oclusão vascular da retina;
 Embolia pulmonar, cardiomiopatia;
  Embolia cerebral;
 Isquemia cerebral transitória,
Embolia arterial e trombose:
Algumas doenças genéticas;
Algumas doenças oncológicas.

Que medicamentos se usam?
Atualmente existem dois grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K (Varfarina e Acenocumoral) e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). Ambos os grupos têm indicações específicas aprovadas. Estes novos anticoagulantes orais, apesar dos custos elevados, não requerem monitorização laboratorial e têm menos interações com alimentos e outros medicamentos, pelo que oferecem mais segurança no tratamento. Os antagonistas da vitamina K por necessitarem de uma análise laboratorial periódica,  alguns cuidados dietéticos 

Nenhum alimento está proibido!? Deve  no entanto ser capaz de gerir a sua própria alimentação, evitando mudanças bruscas e precaução com possíveis interações medicamentosas.

Como se controla a anticoagulação oral?
O controlo da anticoagulação oral é necessário com os antagonistas da vitamina K (Varfine® e Sintrom®). Pressupõe a manutenção dos níveis de coagulação entre um nível mínimo e um máximo. Se a coagulação se encontrar abaixo dos níveis mínimos ( o sangue apresenta-se mais espesso e mais viscoso , popularmente designado por  “grosso” ( isto é com  hipercoagulabilidade) do que o normal devido a uma alteração dos fatores de coagulação, a  circulação sanguínea  torna-se mais difícil e mais proprícia  á formação de trombos . Se estiver acima dos níveis máximos (sangue menos viscoso, mais fluido)) existe o risco de hemorragias espontâneas ou como resultado de pequenos traumatismos. 
O tratamento necessita de um controlo muito cuidadoso. Cada pessoa requer a sua própria dose e deverá  de realizar análises ao sangue (coagulograma ) a cada 4-6 semanas,  neles mede-se o grau de coagulação do sangue [tempo de protrombina (TP)] é um exame que avalia a capacidade do sangue para coagular  e calcula-se um valor chamado INR que significa Razão Normalizada Internacional, uma norma que pode comparar o tempo de coagulação. A taxa de coagulação do sangue normal é fixado em 1 Segundo o resultado do INR, define-se a quantidade de medicamento diário. O valor alvo depende da situação clínica. Na maioria dos casos, recomenda-se um  valor de INR entre 2 e 3. 


Existem  alimentos que interferem no controlo da coagulação?

Uma alimentação rica em vitamina K vai ter um efeito contrário à ação do Varfine ® e do Sintrom ® (Acenocumarol).
Nenhum alimento está proibido, mas sabe-se que a vitamina k está distribuída de forma irregular pelos diferentes alimentos, o que implica que quem estiver a tomar esta medicação deva  conhecer os alimentos ricos em vitamina k de modo a manter a ingestão de vitamina K regular e sem excessos. 
Exemplos de alimentos ricos em vitamina k:
Fruta :uva, kiwi, Figo, pera- abacate, ameixa preta, mamão, morango, cereja,damasco
Chás ;Chá verde, Chá de Hipericão, Camomila, Ginseng
Cereais :Pão integral
Legumes: Espargos, Alface, Nabo, Beterraba. Bróculos,agrião
Óleos: Óleo de soja, Óleo de peixe
Carnes e ovos: Óleo de soja, Óleo de peixe
Leguminosas: Grão de bico, Soja, Lentilha, Ervilha
Plantas: canela,açafrão, alho, aloe Vera, cardo Mariano, castanheiro-da-índia, pirliteiro



Nenhum alimento está proibido! 
Deve ser capaz de gerir a sua própria alimentação, evitando mudanças bruscas. 
Se detetar algum sinal de hemorragia ou trombose consulte o seu médico

Cuidados para quem toma a warfina ou dicumarol
Tome o medicamento todos os dias e à mesma hora.
Tome a quantidade exata do comprimido. Não altere a dose por sua conta.
É melhor fora das refeições, 1 hora antes do almoço ou jantar.
Respeite o dia e a hora das suas análises de controlo. Pode tomar o pequeno-almoço antes.
Evite mudanças bruscas na sua alimentação.
As bebidas alcoólicas devem ser evitadas no entanto são permitidas até 1 medida nas mulheres e 2 nos homens (uma medida corresponde a 1 copo de vinho maduro de 150 ml ou equivalente). No entanto, o excesso crónico pode diminuir o INR e o excesso agudo pode elevar o INR, contribuindo para um mau controlo e risco de complicações
Não tome nenhum medicamento novo, nem pare nenhum tratamento crónico, sem antes consultar o seu médico.
Quando é atendido por profissionais de saúde informe sempre que toma anticoagulantes. Também o deve fazer em caso de extrações dentárias, endoscopias e intervenções cirúrgicas.
Se tiver febre ou dor, pode tomar paracetamol.
Pode realizar análises ao sangue e radiografias com contraste.


Alguns dos  medicamentos  que interferem com o Varfine® e o Sintrom são:
Medicamentos que potenciam o efeito anticoagulante
Medicamentos que diminuem o efeito anticoagulante
Paracetamol( embora seja o antiflamatório de eleição)
Coltestiramina
Amiodarona
Sucralfato
Androgénios
Estrogénios
Ácido acetilsalicílico (Aspirina® e derivados )
Medicamentos antiepiléticos (barbitúricos, 
carbamazepina)
Medicamentos para o colesterol (fibratos, Estatinas)
multivitaminicos contendo vitamina K
Alguns antibióticos (ciprofloxacina, tetraciclinas, eritromicina, cotrimoxazol)
Antifúngicos (metronidazol, itraconazol)
Analgésicos (tramadol)
Hormona Tiroideia


Deve consultar o seu médico
Se suspeita que está grávida.
Se apresenta hemorragias ligeiras. Por exemplo sangrar do nariz, menstruações mais abundantes que o habitual e equimoses na pele.

Deve recorrer ao serviço de urgência em caso de:
Hemorragias mais importantes, hematomas grandes, expetoração e urina com sangue.
Fezes negras como alcatrão.
Dor de cabeça muito intensa e repentina.
Dificuldade em falar.
Problemas de visão. 






 Bibliofrafia consultada
Guia Prático de Saúde. Sociedad Española de Medicina de Família y Comunitaria (semFYC) – tradução da APMGF
Schulman S. Care of patients receiving long-term anticoagulante therapy. N Engl J Med. 2003; 349:657-683
Holbrook AM, Pereira JA, Labiris R, McDonald H, Douketis JD, Crowther M, Wells PS. Systematic overview of warfarin and its drug and food interactions. Arch Intern Med. 2005 May 23;165(10):1095-1106
Sociedade Portuguesa de Cardiologia
UpToDate

Varfarina - Informação Geral | INDICE.eu - Toda a Saúde
https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/varfarina/informacao-geral

sexta-feira, 9 de março de 2018

Tardigrada.


Ácaros? (Carregue no link  e verá...)Não . Ácaro é a designação comum dada aos animais pertencentes à subclasse Acari da classe Arachnida. A palavra acari deriva do grego akares, 'pequeno'



  
e Tardigrada é um filo de microscópicos animais segmentados, relacionados com os artrópodes. Popularmente são conhecidos como ursos-d'água ou como tardígrados, aportuguesamento derivado do nome do filo.