sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Apoptose







A apoptose (do grego antigo ἀπόπτωσις "caindo") é um processo de morte celular programada que ocorre em organismos multicelulares. Os eventos bioquímicos levam a alterações de células características (morfologia) e morte. Essas mudanças incluem blebbing, encolhimento de células, fragmentação nuclear, condensação de cromatina, fragmentação de DNA cromossômico e decomposição de mRNA global. Entre 50 e 70 bilhões de células morrem por dia devido à apoptose no adulto humano médio. Para uma criança média entre as idades de 8 e 14, aproximadamente 20 a 30 bilhões de células morrem por dia.
Em contraste com a necrose, que é uma forma de morte celular traumática que resulta de lesão celular aguda, a apoptose é um processo altamente regulado e controlado que confere vantagens durante o ciclo de vida de um organismo. Por exemplo, a separação dos dedos das mãos e dos pés em um embrião humano em desenvolvimento ocorre porque as células entre os dígitos sofrem apoptose. Ao contrário da necrose, a apoptose produz fragmentos de células chamados de corpos apoptóticos que as células fagocíticas podem engolir e remover rapidamente antes que o conteúdo da célula possa se espalhar para as células circundantes e causar danos às células vizinhas.
Como a apoptose não pode parar uma vez que começou, é um processo altamente regulado. A apoptose pode ser iniciada através de uma das duas vias. Na via intrínseca, a célula se mata porque detecta o estresse celular, enquanto na via extrínseca a célula se mata por sinais de outras células. Ambas as vias induzem a morte celular ativando caspases, que são proteases, ou enzimas que degradam proteínas. Os dois caminhos ativam as caspases iniciadoras, que então ativam as caspasas executoras, que então matam a célula degradando proteínas indiscriminadamente.
Tratamentos quimioterápicos, muitas vezes dependem da relação entre a apoptose e câncer. a apoptose é um dos principais participantes ativos da homeostase no controle do equilíbrio entre a taxa de proliferação e morte em um tecido, o que auxilia na manutenção do tamanho e forma dos tecidos e órgãos adultos e em desenvolvimento. É fácil imaginar que para uma determinada taxa de proliferação celular, deverá existir uma mesma taxa de morte celular. Quando a taxa de proliferação for exagerada ou a taxa de morte for baixa, ocorrerá o aparecimento de uma neo(novo)plasia(tecido)=câncer.
O conhecimento da atuação dos proto-oncogenes, dos genes supressores de tumor e agentes extracelulares, que levam a morte celular programada, será muito importante para o conhecimento da senescência (envelhecimento natural do indivíduo) e como retarda-la.
Indutores de apoptose
Existem muitos agentes que podem induzir o processo apoptótico, dentre eles podem ser citados alguns ativadores fisiológicos como fatores de crescimento, neurotransmissores, glicocorticóides e o cálcio, e outros. Fatores ambientais também podem ser considerados indutores de apoptose, como, por exemplo, os choques de temperatura, toxinas bacterianas, radicais livres, agentes oxidantes, agentes genéticos, dentre outros. Muitos agentes farmacológicos podem também induzir a apoptose, como, por exemplo, os quimioterápicos, antibióticos, radiações, peptídeos beta-amilóide e o etanol.

Inibidores da apoptose
Dos agentes que inibem a apoptose, citam-se principalmente os hormônios esteroides, zinco, fatores da matriz extracelular, alguns aminoácidos.

O conhecimento da biologia celular moderna tem revelado a cada dia que a morte celular programada e seus indutores e inibidores podem ser a chave da compreensão e entendimento de muitas doenças.
Nos cânceres, a quebra do mecanismo que regula a população celular pode levar a um acúmulo de células neoplásicas. Quase todas as drogas quimioterápicas levam à morte da célula tumoral através da ativação do programa de morte celular apoptótica.
O entendimento dos processos bioquímicos e genéticos da apoptose será de extrema importância na geriatria, na cura e prevenção de muitas doenças e compreensão do envelhecimento celular.
llsr
Referência:
Thompson CB. Apoptosis in the pathogenesis and treatment of disease. Science, 1995; 267:1456-62.
Molina FD et al – Apoptose em otorrinolaringologia e cabeça e pescoço. Rev. Bras. Med . V.60 N.6 Julho de 2003: 365-369.
e outros

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